O mercado automóvel está a recuperar ligeiramente, tendo em conta os indicadores macroeconómicos, embora longe dos números de 2014. Nos últimos oito anos, as concessionárias venderam 95.697 viaturas novas em Angola, entre ligeiros e pesados. O ano de 2020 foi o pior de todos os tempos, com as vendas de apenas 2.406 unidades.
Ao fim de cinco anos consecutivos de recessão económica em Angola e as perspectivas de crescimento estão a animar as vendas de veículos automóveis no mercado interno, aumentando a confiança dos concessionários angolanos que acreditam que no curto e médio prazos, a realidade será melhor. Importante realçar que estes números e análise correspondente, é feita tendo como base as vendas nos representantes oficiais das marcas, as concessionárias, sendo que a maior parte dos carros chineses que circulam no País não estão contabilizados porque não têm representantes oficiais no nosso território e entram por via de importadores. E estes não revelam o valor e quantidade das suas vendas, apesar da insistência do Expansão.
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Voltando aos dados oficiais da Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transporte Rodoviário e Outros (ACETRO), o presidente da instituição, Nuno Borges, confirma que a realidade económica está a “aquecer” o mercado automóvel, sobretudo no segmento de automóveis novos.
A estabilidade cambial é outro factor que fez aumentar as vendas, ao que tudo indica a crise da desva[1]lorização da moeda nacional que fez disparar os preços e baixar o poder de compra já faz parte do passado. Um período em que al[1]guns associados da ACETRO fo[1]ram obrigados a fechar as portas dos seus concessionários no inte[1]rior do País e reduzir a sua activi[1]dade apenas a Luanda. Depois da crise da pandemia da Covid-19, em 2020 foi o pior ano desde que há registo de vendas de automóveis novos em Angola, este é o segundo ano consecutivo em que o gráfico das vendas de carros novos regista um crescimento. (Ver infografia).
Contas feitas com base nos dados da ACETRO de 2022, em termos homólogos, a venda de veículos automóveis novos no mercado nacional, registou um aumento de 22,3% face a 2021, ano em que foram vendidas 3.876 viaturas de diversas categorias e marcas. Com um mercado a acompanhar o aquecimento da economia angolana, a ACETRO, que conta com 24 empresas associadas, representando 41 marcas, aponta que o sector está no bom caminho. As projecções de Nuno Borges, falando em nome dos associados, avança que em “dois ou três anos o mercado vai ser dinâmico e consolidar o crescimento”.
Para este ano, prosseguiu o também “patrão” da marca Toyota em Angola, o sector automóvel poderá registar um crescimento de 15%, face ao mesmo período do ano passado, ou seja, mais 711 unidades novas, fixando-se as vendas até final do ano perto dos 5.500 contra os 4.742 carros vendidos em 2022, entre ligeiros e pesados. Não é o crescimento desejado, mas a acontecer, será um bom indicador para as empresas que representam grandes marcas do mundo automóvel.
Ainda não foram divulgados os dados do I trimestre do desempenho da ACETRO, mas tudo indica que será um ano melhor em termos de negócios, porque há sinais positivos. “Em 2023 as vendas dos membros da ACETRO poderão crescer cerca de 15% comparando com o ano de 2022. Temos sinais positivos referentes à retoma da economia angolana o que nos permite prever este crescimento nas vendas”, confirma.