Vais comprar carro? Ótimo. Agora só falta o test drive: não esperes que seja o vendedor a alertar-te sobre algum problema ou defeito…
Se vais comprar carro e a escolha recai sobre um usado, o test-drive pode ser o teu melhor amigo.
Com a crise sanitária, aumentou a desconfiança nos transportes públicos e comprar um carro usado parece ser cada vez mais a melhor solução num momento em que incerteza também ataca as finanças. No entanto, na aquisição de carros em segunda mão tens de prestar atenção aos sinais que podem para definir o negócio como bom ou mau – muitas vezes péssimo!
O primeiro passo, por mais básico que te possa parecer, consiste em riscar imediatamente da lista de opções todos os modelos que exibam defeitos e anomalias visíveis, ou que possam vir a denotar-se com o tempo.
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Além disso, realiza uma pesquisa intensiva do automóvel mais adequado às tuas necessidades de transporte: citadino e prático para a cidade, económico e com mala ampla para arrumar bicicletas, pranchas de surf e tudo o resto, gasolina ou Diesel, etc.
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E, depois de o encontrares, não abdiques, nunca, do test-drive. Se tiveres a possibilidade, convida um mecânico de confiança para analisar o automóvel ou o teu amigo que melhor domina o “automobilês” e faz questão de saber tudo sobre carros. Não havendo essa hipótese, certifica-te de que o ensaio é o mais rigoroso possível.
O test-drive, apesar de ser o último passo a dar aquando da compra de um automóvel usado é, claramente, um dos mais importantes. Só ao volante da viatura vais poder identificar problemas que passam invisíveis ao olhar ou tirar a limpo algumas questões práticas. Confirma, por exemplo, que te adaptas à posição de condução ou se ficas desconfortável.
Assim, é fundamental conduzir o veículo e não apenas ir ao lado, como alguns vendedores sugerem. A identificação de eventuais defeitos, anomalias ou simplesmente, do comportamento e das prestações do carro será, com certeza, superior e desde logo determinante para avançares (ou travares a fundo!) para a sua compra.
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Sentado ao volante, certifica-te da correta ergonomia do banco e de todos os comandos e instrumentos de bordo. Ajusta o banco e a coluna de direção (quando existe este recurso) à tua medida e verifica a qualidade de ambos, bem como o funcionamento correto das suas regulações. O mesmo se aplica ao seletor da caixa de velocidades.
O que te aconselhamos é um teste de estrada de, pelo menos, trinta minutos de condução, em que deves estar atento ao estado e ao funcionamento de componentes como os limpa para-brisas ou o sistema de iluminação, incluindo os piscas. O velocímetro, o conta-rotações e todos os mostradores (das temperaturas dos líquidos, principalmente).
Ordem para puxar pela mecânica
Antes da realização do teste, previne o vendedor que pretendes “puxar” pelo motor para ficares com a noção das suas performances. Se este confiar no bom estado geral do veículo não deve levantar problemas. O que é sempre bom sinal.
Não te esqueças também de aplicar os travões mais fortemente e passar por diferentes tipos de pisos, sempre atento aos ruídos anómalos: nas travagens são, normalmente, sinónimo de pastilhas ou discos degradados.
O que deves avaliar num test-drive
Enquanto conduzes, larga o volante por alguns segundos apenas para ver se a direção foge para algum lado – se acontecer, ou a direção está desalinhada ou as rodas mal calibradas. Vibração no volante, mais evidente entre os 80 e os 120 km/h também é sintoma de rodas mal equilibradas ou pressão de pneus desajustada.
Desacelera de forma súbita ou desce uma estrada inclinada com a segunda relação de caixa engrenada: o automóvel deve abrandar repentinamente sem a ajuda dos travões; um motor com boa taxa de compressão não permitirá que a velocidade aumente. Numa estrada com mau piso, o veículo não deve saltar nem balançar. Se o fizer, é sinal de que os amortecedores estão danificados. Passa revista a todas as velocidades: devem engrenar facilmente e não saltar.
Aproveita também para ouvir eventuais ruídos parasitas que só aparecem em movimento, como o proveniente da má vedação das borrachas das portas (através de silvo aerodinâmico) ou ruídos estranhos na suspensão, amortecedores e molas. Ruído de rolamento excessivo mesmo em estradas com bom piso indica pneus ou discos de travão ovalizados.
Ruídos ou estalidos ao girar o volante também não são bons sinais. Podem ter outras origens, mas normalmente anunciam problemas na articulação da direção.
Quando estão mal tensionadas, as correias do alternador e da bomba de água fazem um ruído semelhante a um guincho. Evita: a rutura de qualquer uma destas peças pode provocar danos irreparáveis no motor.