A opção por carros usados está em alta no nosso país e tudo indica que assim vai continuar por mais algum tempo. Mas, para que os bons negócios aconteçam, é importante estar atento a alguns fatores. Siga as nossas dicas, e boa compra!
Regras para quem vai comprar um carro usado;
Sim, é possível fazer excelentes negócios quando o que está em causa é a compra de um carro usado. Mas também é verdade que o embuste pode estar à espreita. Para evitar que tal aconteça, é imprescindível redobrar cuidados e prestar atenção a diversos fatores. Se está a pensar enveredar pelo mercado de usados, siga a regra dos 10 Cs e assegure-se de que faz mesmo um bom negócio.
1 – Consciência e planeamento;
Antes de dar qualquer passo no sentido de comprar carro, é importante dedicar algum tempo à fase de planeamento, pois só uma compra consciente e informada permite reduzir erros e enganos. Como tal, responda às seguintes perguntas e afine de imediato os seus critérios de pesquisa:
- De que orçamento disponho?
- Vou recorrer a um Crédito Automóvel para usados?
- Que tipo de uso vou dar a este carro?
- Preciso de um carro para quantas pessoas?
- Qual o tipo de combustível ou energia a que vou dar preferência?
Depois de ter as respostas a estas perguntas, será mais fácil delimitar o tipo de carro que procura.
2 – Custos e consumos;
Para reforçar o planeamento que fez no ponto anterior, é igualmente relevante ter em conta os custos e consumos implícitos nas escolhas que fizer, para averiguar se estão dentro do orçamento que estipulou. Por exemplo, tente estimar os custos que terá com o combustível/energia, de acordo com os quilómetros diários a percorrer e lembre-se que, se for um veículo com uma cilindrada superior ao modelo que conduz atualmente, poderá vir a ter alterações significativas em termos de gastos mensais. Lembre-se também que o valor do Imposto Único de Circulação (IUC), assim como do Seguro que contratar, varia de acordo com as características do veículo.
3 – Comprar a um particular, stand ou concessionário?
Onde comprar o carro usado é outra decisão importante, sendo que cada modalidade tem vantagens e desvantagens que importa considerar. Por exemplo, a compra de um carro ao anterior proprietário permite (em princípio) ficar a conhecer todo o historial do veículo e até o motivo da venda, mas é provável que, se houver algum problema, não seja revelado. Por outro lado, tem a vantagem de, tanto para o comprador como para o vendedor, não haver lugar a margem para intermediários. Porém, a lei não obriga o vendedor particular a dar qualquer tipo de garantia ao comprador, pelo que, se o carro vier a apresentar um problema grave após a venda, não há nada a fazer. Comprar num stand ou concessionário de marca é uma opção mais cara, mas também mais segura – há obrigatoriedade de garantia de dois anos, que pode ser reduzida até um ano com acordo de ambas as partes – além de que a burocracia associada ao negócio é também tratada pelo estabelecimento.
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4 – Compare antes de decidir;
Esta é provavelmente a etapa mais demorada de todo o processo, mas imprescindível. Há várias comparações que pode fazer, nomeadamente, entre modelos semelhantes de marcas diferentes; modelos semelhantes da mesma marca e modelos de segmentos e marcas diferentes. Pesquise também o modelo que procura, tendo em conta o ano de fabrico, a cilindrada, tipo de combustível e número de portas num site de comércio automóvel e compare com o preço de um novo. Existem diversos motores de busca dedicados ao comércio de veículos usados, onde poderá pesquisar os modelos que procura, mas lembre-se de restringir a área geográfica se não tiver intenção de se deslocar muito para os ver in loco. Todavia, pode encontrar bons negócios quando alarga a zona geográfica, pelo que não perde nada em comparar os vários cenários possíveis.
5 – Comprove pessoalmente;
Os test drives não são exclusivos dos carros novos, pelo que até numa compra feita a um particular deve conduzir o carro antes de o comprar. Deve fazê-lo durante, pelo menos, 15 minutos (o ideal é meia hora). Só assim será possível detetar eventuais problemas, nomeadamente, através da presença de ruídos durante a condução, problemas na embraiagem, motor ou travões. Preste ainda atenção aos seguintes aspetos, que devem ser avaliados à luz do dia:
Exterior: limpeza, estado da pintura, da carroçaria, jantes, pneus e portas;
Interior: limpeza em geral e odores, desgaste do volante e pedais, estado dos estofos e tapetes, caixa de velocidades (detetar folgas) e sistema de travagem (verificar eventuais fugas), funcionamento de faróis, escovas, rádio, painel de comando, botões de controlo, cintos de segurança, espelhos retrovisores, ar condicionado entre outros;
Por baixo do capô: atenção à limpeza do motor (se excessiva ou inexistente, pode esconder problemas), estado e validade da bateria; comparar o número do chassis com o do livrete ou certificado de matrícula (para ter a certeza da idade) e atenção às fugas de óleo.
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6 – Consulte quem sabe;
Se tiver a possibilidade de se fazer acompanhar por um mecânico de confiança para avaliar o carro antes de o comprar, tanto melhor. Alguém experiente conseguirá detetar, com muito mais facilidade, algumas situações referidas no ponto anterior, nomeadamente perceber se eventuais ruídos podem ser motivo de alarme, etc.
7 – Converse para chegar a acordo;
Que é como quem diz, negoceie. Não aceite pagar o preço que lhe for pedido sem, pelo menos, tentar chegar a um acordo. Se tiver percebido que algum requisito anunciado pelo vendedor não corresponde à verdade, ou se tiver detetado algum problema, agarre-se a isso. Caso a compra seja feita através de um stand, procure não abdicar da máxima garantia possível (dois anos) e negoceie a retoma do seu carro antigo.