Não irias de chinelos para a lama, nem de galochas para a praia, certo? Sabe como escolher os melhores pneus para o teu carro.
Único ponto de contacto do automóvel com o asfalto, os pneus são um elemento essencial da viatura. Além do seu bom estado de conservação ser indispensável para a segurança do carro e dos ocupantes, fazer a escolha mais acertada quando chega a hora de adquirir um novo conjunto de borrachas vai ter impacto no comportamento da máquina e no conforto das tuas viagens, para não falar na segurança. Isto é o que deves saber quando vai escolher pneus para o carro.
Investe na qualidade dos pneus
É daqueles investimentos que não dá para evitar. Quando chegam à marca de desgaste, os pneus têm mesmo de ser trocados. Não só porque arriscas uma multa, mas porque está em causa a tua segurança e a dos outros utentes da via. E, na hora de fazer as contas, não esqueças também que os modelos de qualidade são caros, mas compensam com níveis superiores de performance, conforto e durabilidade.
Não é à toa que os principais fabricantes investem milhões em centros de pesquisa e de investigação para o desenvolvimento e a implementação de tecnologias inovadoras. Os testes indicam que um carro com pneus de topo lançado a 80 km/h imobiliza-se em menos de 50 metros. Já com pneus de fraca qualidade, precisa de mais 30 metros para parar. Imagina agora os estragos que evitas ao investir num bom conjunto de borrachas…
Se quiseres ter uma atitude ambientalmente sustentável e ao mesmo tempo poupar dinheiro, os pneus recauchutados podem ser uma boa opção, mas atenção, não os compres em qualquer lado: procura entre as 21 empresas que compõem a rede de recauchutadores aderente à Valorpneu, sociedade sob a alçada do Ministério do Ambiente que se dedica a gerir os pneus usados em Angola.
Atenção às condições meteorológicas!
As condições meteorológicas determinam o que deves calçar e também o tipo de pneus que deves comprar para o teu carro. Como explicam os especialistas da Deco, Associação Angolana para a Defesa do Consumidor, se resides numa região com um clima muito húmido, chuvoso e de neve ou viajas regularmente para zonas de frio intenso, deves considerar os pneus de inverno. A diferença na travagem e no controlo do carro é significativa. “A borracha dos pneus de verão perde elasticidade a temperaturas abaixo de 7°C, comprometendo o desempenho. A mudança deve ser feita no início da estação mais chuvosa e fria”, explicam. Quando a temperatura aumenta, a chuva diminui e deixa de nevar, podes então optar pelo jogo de pneus de verão.
Já os pneus para todas as estações são uma opção que não é muito valorizada em Angola, mas a Deco explica que “representam um compromisso de qualidade entre o piso seco e o piso molhado com neve, mas, regra geral, o seu desempenho é inferior ao dos pneus de verão na utilização de verão e ao dos modelos de inverno durante o inverno”.
Pneu antifuro?
Deves usar pneus que possuem as mesmas especificações dos que estavam montados anteriormente. Os pneus com câmara de ar estão marcados com Tube Type (TT), e aqueles sem câmara de ar com Tubeless (TL). Estes últimos, também chamados “run flat”, permitem continuar a viajar mais 80 quilómetros a uma velocidade máxima de 80 km/h mesmo depois de furados. Problemas: são mais caros e, quando sofrem um furo, têm de ser substituídos, não sendo possível a reparação.
O tamanho conta
Cada pneu tem um conjunto de números de identificação na parede lateral, que indicam o tamanho do pneu. Cada modelo de carro pode receber apenas um reduzido número de tamanhos diferentes e esta informação está no manual do teu carro. Antes de escolheres os pneus, verifica que têm os tamanhos certos.
Por exemplo, num código como 185/65 R15 88H, o 185 representa a largura do pneu em milímetros, medida entre os dois flancos; o 65 é a relação, em percentagem, entre a altura e a largura do pneu.
De acordo com os especialistas há vantagens em escolher pneus largos: melhor manobrabilidade a elevadas velocidades; melhor aderência à estrada; aceleração melhorada; redução da distância de travagem dos pneus de verão em piso seco; redução da distância de travagem dos pneus de inverno em piso molhado.
E desvantagens: aumento do peso dos pneus; aumento do risco de aquaplanagem; maior distância de travagem dos pneus de verão em piso molhado; aumento do consumo de combustível; maior carga nos órgãos de rolamento. E são mais caros.
Pneus de mais baixo perfil oferecem um desempenho dinâmico superior, uma melhor aderência à estrada, uma aceleração melhorada e uma redução da distância de travagem. Mas também são menos confortáveis para o condutor e passageiros e provocam maior carga sobre o sistema de suspensão e aumento do consumo de combustível.
Voltando ao número de código, o R significa radial; 15 é o diâmetro interno (altura) da jante em polegadas e a última letra representa o índice de velocidade. H anuncia a velocidade máxima aprovada pelo carro. Neste caso, de 210 km/h.
A velocidade máxima permitida encontra-se indicada através das letras A a Y, em que A corresponde ao valor mínimo (40 km/h) e Y ao valor máximo (300 km/h).
Diz-me como guias…
A escolha de um pneu também está diretamente relacionada com o estilo de condução e com o tipo de utilização que vais dar ao teu automóvel. Neste particular, deves avaliar o tipo de piso do modelo: um padrão simétrico, que os especialistas também chamam de “não direcional”, adequa-se a uma condução pacata e defensiva. São os mais económicos, equilibrados e também mais versáteis na montagem.
Nas regiões mais chuvosas, os pneus com um padrão direcional são a melhor escolha pela capacidade de resistir à aquaplanagem.
Já os pneus com um piso assimétrico são próprios para uma condução desportiva, e com boas credenciais dinâmicas em piso seco e molhado.