São comuns as partilhas na indústria automóvel. A parceria Daimler-Renault é a mais conhecida, mas há mais motores emprestados com grande sucesso.
Quer por uma questão de rentabilidade, quer por manobras de Marketing, a partilha de componentes entre marcas é habitual, sendo até mais recorrente nos últimos anos. Com maior ou menor aceitação, há carros que foram um verdadeiro sucesso e utilizam motores emprestados, resultado de parcerias mais inusitadas.
As vantagens na partilha de informação e equipamentos entre marcas que pertencem ao mesmo grupo é óbvia: acesso a mais informação e redução de custos. Mas as parcerias com outros fabricantes podem ser também bastante vantajosas.
A entrada em novos mercados ou o desenvolvimento de um carro único numa “família” são duas situações ideais para estabelecer novas parceria. E se existe componente que é valorizado nestas partilhas, é o motor.
Usar o motor de determinada marca, principalmente quando a sua fiabilidade e qualidade são reconhecidas, pode ser bastante rentável.
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De seguida apresentamos 8 casamentos inesperados entre diferentes marcas, com motores emprestados, que tiveram resultados muito positivos;
1. Mercedes-Benz e Renault
Começamos com a parceria que, provavelmente, é a que dá mais que falar.
É muito provável que já tenha ouvido que os Mercedes só são Mercedes por fora, porque a nível de motor são Renault. Esta expressão não corresponde (totalmente) à verdade.
Alguns modelos da Mercedes utilizam motores emprestados pela Renault, nomeadamente nas motorizações mais baixas. Mas os restantes são 100% Mercedes.
No entanto, as versões 180d da Mercedes, nos modelos Classe A, B, e CLA deixaram entretanto de utilizar o motor 1.5 dCi de 110 cv da Renault.
As versões 200, a gasolina, usam o bloco 1.3 de 164 cavalos.
As motorizações mais elevadas que se iniciam na 220d são exclusivamente Mercedes.
Embora as componentes sejam Renault, todos os motores utilizados nos seus carros são analisados para garantir que os exigentes parâmetros de qualidade da Mercedes sejam cumpridos.
2. Audi e Volkswagen… e Lamborghini
A Audi faz parte do Grupo Volkswagen, pelo que não é estranho que utilize motores emprestados pela marca Volkswagen.
O Audi A4, por exemplo, utiliza o mesmo motor que o Volkswagen Golf nas versões 1.4 e 2.0.
Alguns motores nas motorizações mais baixas são até partilhados por várias marcas do Grupo, nomeadamente a Audi, SEAT, Volkswagen e Skoda.
No que diz respeito aos motores mais potentes, a Audi partilha as componentes com outras marcas do Grupo, como a Bentley, Lamborghini e Porsche.
O bloco 5.2 V10, do Lamborghini Gallardo, com 560 cv, por exemplo, é o mesmo do Audi R8.
3. Porsche e Grupo Volkswagen
Tal como a Audi, também a Porsche faz parte do Grupo Volkswagen. Por isso, é natural que partilhe algumas componentes com outras marcas do Grupo.
Mesmo antes de fazer parte do Grupo, já o Porsche 924 utilizava um motor Volkswagen e uma transmissão da Audi.
Com a exceção de algumas motorizações dos modelos 718, 911, 918 Spyder ou Carrera GT, todas as restantes motorizações utilizam componentes das diversas marcas do Grupo Volkswagen.
A primeira geração do Porsche Cayenne, por exemplo, partilha suspensão, transmissão e os motores VR6 e V6 diesel, com o Volkswagen Touareg.
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4. Seat e Porsche
Também a Seat está no ramo dos motores emprestados, aproveitando a sabedoria e componentes disponíveis no grupo ao qual pertence e partilha diversas motorizações com outras marcas do Grupo Volkswagen.
Numa altura em que ainda não fazia parte do Grupo, o motor e caixa de velocidade da primeira geração do Seat Ibiza foram desenvolvidos em parceria com a Porsche (embora com componentes Fiat).
Este sistema recebeu, até, a designação de “System Porsche”.
Esta parceria contribuiu, sem dúvida, para tornar o Seat Ibiza no modelo melhor sucedido e mais vendido da marca espanhola.
5. Opel e Grupo PSA
Atualmente, a Opel faz parte do Grupo PSA, pelo que partilha várias motorizações com outras marcas do grupo.
No passado, a Opel equipava os seus modelos com motores 100% produzidos pela marca, salvo algumas exceções.
O motor 1.3 CDTI chegou a ser fabricado pela Fiat e outras motorizações diesel eram originárias da Isuzu e até da BMW.
6. Smart e Renault
A Smart é uma marca do Grupo Daimler.
É criada a partir de uma parceria entre a empresa suíça de relojoaria e joalheria Swatch, e a Mercedes-Benz, e o seu nome é uma contração da frase “Swatch Mercedes ART”.
As motorizações das primeiras gerações dos seus modelos eram produzidas pela Mitsubishi.
Hoje em dia, todos os modelos da Smart utilizam motores emprestados pela Renault, partilhando as componentes utilizadas no Renault Twingo.
7. Toyota e BMW
A Toyota utiliza, na maior parte dos seus modelos, motorizações desenvolvidas pela própria marca. Contudo, na Europa, alguns dos motores diesel utilizados nos modelos da marca são produzidos pela BMW.
O Toyota Verso possui um motor 1.6 litros produzido pela marca alemã. Também o Toyota Avensis pode vir equipado com um motor 2.0, de 143 cv, da BMW, e o Toyota Supra apenas utiliza motores BMW (entre outros equipamentos).
8. Volvo e Volkswagen
Durante vários anos a Volvo utilizou motores desenvolvidos pela Ford, pela Renault, pela PSA, e pela Volkswagen. Na parceria com a Volkswagen destacam-se os diesel 2.5 TDI e o 2.4 D/TD de seis cilindros.
Atualmente, todos os motores utilizados nos seus modelos são desenvolvidos e produzidos pela marca sueca.